15/03/2019
A toninha (Pontoporia blainvillei), espécie pequena de golfinho ameaçada de extinção, foi tema de mais uma dissertação de mestrado de um integrante do Instituto Biopesca. Dessa vez, foi a médica veterinária Vanessa Ribeiro que estudou esse animal marinho, que está criticamente ameaçado de extinção no Brasil.
Ela realizou a dosagem hormonal de 101 indivíduos, machos e fêmeas, recolhidos entre Ubatuba e Peruíbe, no litoral de São Paulo, com o objetivo de relacionar os hormônios reprodutivos e comparar com outros dados de reprodução, como maturidade e estágio de desenvolvimento da espécie.
É a primeira vez que alguém analisa a dosagem hormonal das toninhas. De acordo com a Vanessa, o estudo dos hormônios requer equipamentos muito específicos. Por isso, ela contou com a ajuda do Laboratório de Dosagens Hormonais (LDH), da Universidade de São Paulo (USP), além do Laboratório de Biologia e Conservação de Organismos Pelágicos (LABCOP) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde cursou o mestrado “Biodiversidade em Ambientes Costeiros”, com orientações da professora Carolina Bertozzi, fundadora do Instituto Biopesca.
As toninhas também já foram tema de outros estudos acadêmicos realizados por funcionários do Biopesca, que tem, na sua missão, a conservação dessa espécie de golfinho.
As toninhas são pouco estudadas por terem distribuição restrita, com ocorrência apenas na Argentina, no Uruguai e no Brasil, enquanto há espécies mais abundantes, que ocorrem ao redor do mundo, como o golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), bem conhecida por conta do golfinho Flipper, famoso pela série de TV que levava o seu nome.
Foto: Kaio Nunes/Instituto Biopesca