05/10/2018
Uma baleia Jubarte já sem vida foi encontrada hoje, 05, em Itanhaém, próxima à divisa de Mongaguá, pela equipe do Biopesca, uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). O animal tem pouco mais de 8,50 metros e a necropsia para coleta de amostras biológicas, a fim de tentar identificar a causa de sua morte, será feita na praia. A previsão é que o exame termine no início da tarde, quando a carcaça será recolhida pela Prefeitura Municipal de Itanhaém para destinação adequada.
Desde agosto de 2015, o Biopesca já encontrou 21 baleias sem vida em praias de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. Neste ano, essa é a segunda achada.
De acordo com informações do Projeto Baleia Jubarte, a baleia Jubarte é uma espécie cosmopolita e habita todos os oceanos. Assim como algumas outras espécies de baleias, ela realiza uma migração anual e, durante o verão, se dirige às águas polares para se alimentar e, no inverno, migra para águas tropicais e subtropicais para acasalar e dar à luz. Assim, no hemisfério sul as Jubartes chegam por volta de junho/julho e permanecem até novembro/dezembro, quando retornam para as áreas de alimentação. As áreas de reprodução da espécie são tipicamente próximas a ilhas ou continentes e/ou associadas a ambientes coralíneos. A espécie se reproduz ao longo da costa nordeste do Brasil e o Banco dos Abrolhos é o maior berço reprodutivo do Atlântico Sul.
Ainda de acordo com informações disponíveis no site do Projeto Baleia Jubarte, os relatos de ocorrência das primeiras baleias neste ano começaram em final de maio e início de junho na Bahia e em São Paulo, principalmente na região de Ilhabela. Avistagens também foram feitas no Rio de Janeiro e na Baía de Vitória, no Espírito Santo; nessa última área, elas estão sendo vistas regularmente. O berçário principal em Abrolhos está cheio de mamães com filhotes e, de lá até a Praia do Forte, são diários os relatos de observação. A última estimativa populacional das Jubartes brasileiras apontou para a existência de cerca de 17.000 animais.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.
Ao encontrar golfinhos, aves e tartarugas marinhas vivos ou mortos nas praias, a população pode acionar a organização pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 99601-2570 (chamada a cobrar ou pelo WhatsApp).
Foto: Gabriela Cristina da Silva/ Instituto Biopesca