13/02/2025
Uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) juvenil voltou ao mar depois de ser reabilitada pela equipe do Instituto Biopesca. Ela ficou em tratamento durante quatro meses em função do seu difícil diagnóstico e complexa recuperação.
“Esse animal foi encontrado no mar e resgado pela nossa equipe ainda boiando. Quando ingressou para tratamento, constatamos que não conseguia afundar”, conta a médica veterinária Vanessa Ribeiro, do Instituto Biopesca. De acordo com ela, foram necessários vários exames complementares para compreender o caso, entre eles duas tomografias realizadas em parceria com a Clínica “De Olho no Bicho”.
“Concluímos que, possivelmente, ela colidiu com alguma embarcação ou com algum outro aparato. Uma parte do pulmão pode ter sido rompida e sua cavidade celomática se encheu de ar e, por isso, ela não conseguia afundar”, conta Vanessa. Os répteis não possuem o músculo diafragma como divisor anatômico entre as cavidades torácica e abdominal e sim uma única cavidade onde estão as vísceras, denominada cavidade celomática.
O tratamento incluiu a remoção do ar em conjunto com outros cuidados veterinários para a pneumonia e anemia severa que ela também apresentava. Gradativamente, a paciente foi mergulhando e se alimentando no fundo da piscina de dez mil litros onde foi mantida quando já estava melhor.
A tartaruga recebeu alta em fevereiro e, depois de anilhada, foi solta em alto-mar no dia 11 daquele mês, a cerca de 20 quilômetros da costa, no litoral centro-sul de São Paulo. Engordou pouco mais de cinco quilos e apresentava parâmetros clínicos normais para a espécie.
