07/05/2025
Entre março e abril deste ano, sete animais marinhos foram estabilizados pela equipe do Instituto Biopesca. A maior parte deles estava debilitada em decorrência dos impactos negativos das ações humanas.
Esse foi o caso de uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) resgatada em 5 de abril na praia do bairro Jardim Real em Praia Grande, litoral centro-sul de São Paulo. Ela estava muito debilitada em decorrência da ingestão de resíduos sólidos. Entre outros sintomas, tinha pneumonia e mordidas de peixes nas nadadeiras. Essas lesões ocorreram porque ela não conseguia nadar. “Cerca de 80% tartarugas marinhas que resgatamos vivos ou recolhemos mortos têm resíduos sólidos, como diferentes tipos de plásticos, em seu trato digestório”, afirma a médica veterinária Vanessa Ribeiro, do Instituto Biopesca.
Os resíduos sólidos orgânicos em decomposição também respondem pelos impactos antrópicos que atingem gaivotas (Larus dominicanus) atendidas pela organização. A maioria das aves dessa espécie que ingressa para tratamento está com intoxicação alimentar, caso da gaivota resgatada no dia 22 de março em Peruíbe, litoral sul de São Paulo e solta em abril (saiba mais aqui).
Mais dois animais marinhos estabilizados entre março e abril foram uma fragata (Fregata magnificens) e uma outra tartaruga-verde (Chelonia mydas), ambas com problemas decorrentes da interação com a pesca. A fragata foi encontrada com o corpo enrolado em uma rede e a tartaruga apresentava sintomas de afogamento por, provavelmente, ter ficado presa nesse tipo de petrecho. Ambas se recuperaram e foram estabilizadas. Além deles, um atobá (Sula leucogaster), um bobo-pequeno (Puffinus puffinus) e uma pardela-preta (Procellaria aequinoctialis) também foram resgatados e estabilizados. O atobá tinha um espinho de peixe preso na boca, que foi retirado; já as outras duas aves apresentavam sintomas de exaustão por tratarem-se de espécies migratórias. A pardela, em particular, não é um paciente recebido com frequência pelo Instituto Biopesca. Desde 2015, ano em que começou a executar o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), a organização resgatou 21 indivíduos.

