Biopesca


Lobo-marinho-do-peito-branco recebe atendimento do Biopesca em Itanhaém

03/10/2018

No final de setembro (25), a equipe do Instituto Biopesca atendeu mais um lobo-marinho-do-peito-branco (Arctocephalus tropicalis) em Itanhaém (SP). Esse foi o quarto animal dessa espécie registrado e o sexto no total, já que, neste ano, o Instituto prestou auxílio também a outros dois lobos-marinho-sul-americano (Arctocephalus australis). Depois de descansar por algumas horas, o lobinho voltou para o mar.

O acionamento foi feito por volta das 13h30 e, ao chegar no local, a equipe do Biopesca verificou que o lobo-marinho estava ativo e vocalizando. O procedimento seguinte foi a vigília, que durou pouco mais de dez horas, e foi feita pela equipe técnica do Instituto, que se revezou nesse trabalho. Este período de observação é importante para monitorar o comportamento e estado geral do animal, garantindo que esteja apto para retornar ao mar. Antes de voltar para o mar, o lobinho foi identificado com um número, marcado com descolorante, para facilitar sua identificação no caso de voltar a parar em alguma praia. A ação fez parte do Projeto de Monitoramento de Praia da Bacia de Santos (PMP-BS), executado pelo Biopesca.

“Sua parada nas praias pode caracterizar um período para descanso e, nesse sentido, orientamos as pessoas que avistarem um animal dessa espécie que não se aproximem e nem o importunem”, comenta o médico veterinário Rodrigo del Rio do Valle, coordenador geral do Biopesca. “Essa medida é válida não só para o bem-estar do lobo-marinho, mas também para a segurança das pessoas, já que ele pode entender que deve se defender e agir de forma agressiva”.

Curiosidade: De acordo com informações do Plano de Ação Nacional para Conservação de Grandes Cetáceos e Pinípedes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), essa espécie de lobo-marinho habita principalmente as ilhas ao norte da Convergência Antártica (Saint Paul, Amsterdam, Prince Edward, Marion, Crozet, Possession e Macquaire). Contudo, muitos espécimes erráticos foram registrados no Brasil (no estado do Rio de Janeiro), Angola, Ilhas Juan Fernández e Comoro, além da Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. As colônias reprodutivas mais próximas da costa do sul do Brasil estão a mais de 4 mil quilômetros de distância, nas Ilhas Tristão da Cunha e Gough. De acordo com a Seal Conservation Society, o número populacional corrente seria de 277.000 a 356.000 indivíduos. Esta espécie ocorre na costa brasileira principalmente de junho a outubro, quando migra em busca de alimentação.

O Biopesca é uma das entidades executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

Ao encontrar golfinhos, aves e tartarugas marinhas vivos ou mortos nas praias, a população pode acionar a organização pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 99601-2570 (chamada a cobrar ou pelo WhatsApp).

Foto: Divulgação/Instituto Biopesca

Esse é o sexto lobo marinho atendido pelo Instituto Biopesca em 2018

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