06/12/2024
Em novembro, um total de 74 animais marinhos foram encontrados encalhados nas praias de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. Esse trecho do litoral é monitorado diariamente pela equipe do Instituto Biopesca que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). A maior parte dos animais (68) já estava sem vida e a maioria deles eram tartarugas-verdes.
As tartarugas, os golfinhos e as aves marinhas são a fauna-alvo do PMP-BS. Aqueles encontrados vivos são levados para tratamento veterinário no Instituto Biopesca, em Praia Grande e, depois de estabilizados, seguem para a segunda fase dos cuidados no Centro de Reabilitação e Despetrolização do Instituto Gremar, no Guarujá.
Esse é caso de sete aves marinhas resgatadas em novembro e no início de dezembro: dois bobos-pequenos (Puffinus puffinus), um atobá-marrom (Sula leucogaster), um trinta-réis-boreal (Sterna hirundo), uma gaivota (Larus dominicanus) e duas fragatas (Fregata magnificens). Os dois bobos-pequenos e o atobá foram encontrados no dia 28 de novembro em Peruíbe, Itanhaém e Praia Grande. Já o atobá foi resgatado em Itanhaém e a gaivota, em Praia Grande. Eles estavam abaixo do peso, debilitados e desidratados. Todos foram encaminhados para a reabilitação no dia 5 de novembro, com exceção da gaivota, que seguiu para essa segunda etapa do tratamento no dia 13.
As fragatas, dois machos adultos, foram resgatadas nos dias 22 e 26 de novembro, em Itanhaém e Mongaguá, respectivamente, e encaminhadas para reabilitação no dia 4 de dezembro. Uma das aves tinha uma laceração na asa, com exposição de musculatura e vasos sanguíneos, que foi suturada. Já a outra estava com as penas encharcadas.
Embora sejam aves marinhas, as penas das fragatas não impermeabilizam como as das outras aves desse grupo. Se elas caem na água, ficam encharcadas e não conseguem alçar voo. Assim, ficam debilitadas e podem até morrer. Os motivos que as fazem cair são vários e, inclusive, podem ser atribuídos a fortes ventanias.
O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos, mas debilitados, ou mortos, entre em contato pelo telefone 0800 642 3341 (horário comercial) ou pelo celular 13 99601-2570 (WhatsApp/ligações a cobrar/24h).