Biopesca


Unidade de Estabilização do Biopesca atende 120 animais

25/03/2019

Em pouco menos de um ano, cerca de 120 animais encontrados debilitados pela equipe do Instituto Biopesca, uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), já receberam atendimento na Unidade de Estabilização de Animais Marinhos de Praia Grande (UE).

“O Instituto Biopesca atende como uma unidade de estabilização do PMP-BS e, em muito pouco tempo, se tornou referência no resgate e atendimento de fauna marinha na Baixada Santista”, conta o médico veterinário Rodrigo del Rio do Valle, coordenador-geral da organização. A espécie mais frequentemente atendida na UE é a tartaruga-verde (Chelonia mydas) em fase juvenil, com 46 ocorrências. “Atuamos em uma das regiões onde as tartarugas-verdes jovens alimentam-se, por isso a sua aparição é recorrente nas praias”, relata a médica veterinária Vanessa Ribeiro, também do Biopesca. “É comum as tartarugas chegarem magras, com pouco açúcar no sangue e presença de parasitas no corpo, sem contar as que aparecem afogadas”, comenta a veterinária.

A tartaruga-verde é a espécie mais recorrente na Unidade de Estabilização do Biopesca

O Instituto é responsável pelo monitoramento de praias de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá e Praia Grande, no litoral de São Paulo.
Animais migratórios também estão entre os atendidos na Unidade de Estabilização. Entre agosto e outubro de 2018, época de migração dos lobos marinhos, o Biopesca atendeu oito lobos-marinhos-do-peito-branco (Arctocephalus tropicalis) e sul-americano (Arctocephalus australis), juvenis e adultos, nas praias da região.

Os oito lobos marinhos encalharam em Itanhaém e Peruíbe, no litoral de São Paulo

Já as aves marinhas são pacientes frequentes na UE do Instituto. Atobás (Sula leucogaster) e gaivotas (Larus dominicanus) são as espécies mais recorrentes desse grupo, mas também há casos excepcionais, como o de um albatroz-de-sobrancelha-negra (Thalassarche melanophris), ave oceânica ameaçada de extinção. Essa espécie, assim como outras aves oceânicas, passa praticamente a vida toda em alto-mar e só fica em terra para nidificar.

“O albatroz estava desidratado e com um ferimento profundo na pata esquerda”, conta Vanessa. Após a melhora no quadro clínico na Unidade de Estabilização de Praia Grande, a ave foi encaminhada para reabilitação no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos de Guarujá.

Desde a inauguração, a UE do Biopesca atendeu somente um albatroz-de-sobrancelha-negra (Thalassarche melanophris)

O Instituto Biopesca trabalha com diversas instituições, como a Polícia Militar Ambiental, Guarda Civil Municipal Ambiental, Corpo de Bombeiros e equipes de limpeza de praias das Prefeituras Municipais, parcerias extremamente importantes, mas a ajuda da população é fundamental para que todos esses animais ganhem uma segunda chance de viver. Em grande parte dos casos, são os banhistas e populares que lideram a quantidade de acionamentos recebidos pelo Instituto Biopesca. Para acionar o serviço de resgate de golfinhos, tartarugas e aves marinhas, entre em contato pelos telefones (13) 99601-2570 (chamada a cobrar ou pelo WhatsApp) ou 0800 642 3341 (horário comercial).

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

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