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Newsletter Instituto Biopesca - Edição nº 39 - Janeiro 2023

Em pouco menos de um mês, o Instituto Biopesca resgatou quatro fragatas ( Fregata magnificens ) que morreram após terem cortes profundos nas suas asas, causados ​​por linhas de pipa que usam material cortante. Infelizmente, não é apenas o Instituto Biopesca que faz esse tipo de registro. Outras instituições também relatam esse problema, mais um decorrente das ações antrópicas.

Temos os recursos necessários para coibir esse tipo de prática, como pode ser conferido na matéria desta edição. Precisamos usá-los.

Boa leitura!

Curso no Aquário de Santos diverte e ensina

Um total de 38 crianças participou da aula que o Instituto Biopesca ministrou no Curso de Férias do Aquário Municipal de Santos, realizada em 16 de janeiro. Os monitores conversaram com as crianças a respeito das características dos animais marinhos que ocorrem na região e os impactos negativos das ações humanas sobre eles, a exemplo da ingestão de resíduos plásticos e da poluição marinha. 

Todas as explicações foram apresentadas de forma lúdica, com brincadeiras para incentivar a participação e a melhor compreensão por parte das crianças. Entre as atividades, esteve a caixa misteriosa, que escondia material biológico de espécies marinhas, como crânios de golfinho, revelado depois que as crianças adivinhavam de que animal se tratava a partir das dicas dadas pelos monitores.

O Curso de Férias do Aquário foi realizado nas três primeiras semanas de janeiro e teve a participação de diversas entidades da área ambiental. “Ficamos muito gratificados com o convite e felizes por poder compartilhar informações que sensibilizam as futuras gerações para a importância de conservação do ecossistema marinho”, comentou Karine Oliveira, da equipe de Educação Ambiental do Instituto Biopesca

Ações de limpeza de praia em Praia Grande e Mongaguá

O Instituto Biopesca participou de três mutirões de limpeza de praia em janeiro. As duas primeiras foram organizadas nos dias 18 e 19 pela ONG Esporte e Vida em Mongaguá e em Praia Grande. Já a terceira ocorreu no dia 21 em comemoração ao aniversário de Praia Grande, que celebrou 56 anos de emancipação política-administrativa em 19 de janeiro.

Quase 31 quilos de resíduos, em sua grande maioria diferentes tipos de plásticos, foram recolhidos pelos 93 participantes voluntários das ações em parceria com a ONG Esporte e Vida. Já o mutirão em comemoração ao aniversário da Praia Grande reuniu 44 pessoas, que recolheram cerca de 34 quilos de resíduos. Entre o material encontrado, estavam plásticos, vidros, papéis diversos, tampinhas de garrafa e bitucas de cigarro.

Fragatas morrem depois de interagirem com linha de pipa

Entre os dias 30 de dezembro de 2022 e 6 de janeiro deste ano, o Instituto Biopesca registrou o caso de quatro fragatas (Fregata magnificens) que morreram por interação com linhas de pipa. Tratavam-se de duas fêmeas e dois machos, todos adultos, encontrados em praias do litoral centro-sul paulista.

As fragatas são aves marinhas e sobrevoam as praias, geralmente em busca de alimento. Esse é o mesmo ambiente em que as pessoas empinam pipas, principalmente nesta época de férias. “Animais que interagem com essas pipas têm cortes profundos. Em decorrência disso, nunca mais conseguirão voar e acabam morrendo", explica a médica veterinária Vanessa Ribeiro, do Instituto Biopesca.

As linhas de cerol e a chilena são utilizadas para cortar a linha de outras pipas. A primeira, feita artesanalmente, usa pó de vidro ou de ferro e cola; já a segunda, produzida de forma industrial, tem pó de quartzo e óxido de alumínio, que corta quatro vezes mais do que a outra.

A venda e o uso da linha com cerol são considerados crimes e proibidos por lei. O uso do cerol, linha chilena ou qualquer outro tipo de linha cortante também é considerado crime penal, previsto nos artigos 129, 132 e 278 do Código Penal Brasileiro, e também no artigo 37 da Lei das Contravenções Penais. A pena é detenção e também multa.

A população deve denunciar o uso ilegal do cerol e da linha chilena pelo telefone 190 e também pode acionar uma viatura ao acenar para os policiais e mostrar o local em que a linha está sendo empinada.

Animais marinhos são estabilizados 

Uma fragata (Fregata magnificens) e uma gaivota (Larus dominicanus) foram as primeiras pacientes do Instituto Biopesca estabilizadas este ano. Ambas foram resgatadas no dia 27 de janeiro em Itanhaém e em Peruíbe, respectivamente.

A fragata ingressou molhada para tratamento, já que, diferentemente de outras aves marinhas, essa espécie não impermeabiliza sua plumagem e, se cai na água por algum motivo, fica encharcada e pode se afogar. Uma possibilidade é que essa fragata estabilizada pela equipe do Instituto Biopesca já estivesse debilitada e, por isso, tenha caído na água. Já a gaivota estava com intoxicação, problema que pode ocorrer devido à ingestão de restos orgânicos nas praias. Esse quadro clínico é muito comum nas aves que são atendidas pela equipe veterinária do Instituto Biopesca. Elas chegam debilitadas e precisando de cuidados.

Depois de estabilizados, os animais foram encaminhados para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos do Instituto Gremar, no Guarujá no dia 6, última sexta-feira.

O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).

Para mais informações, acesse
www.comunicabaciadesantos.com.br.

O Instituto Biopesca é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1998 no município de Praia Grande, litoral de São Paulo. A entidade tem como missão promover a conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção, a partir de pesquisas, apoio a atividades acadêmicas e ações de educação ambiental.


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A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Textos e Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883. Imagens: Instituto Biopesca.

Fotos: Sophia Romano/Divulgação - Instituto Biopesca

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