Newsletter Instituto Biopesca - Edição nº 32 - março / 2022

EDITORIAL:

Março teve mais um registro de uma tartaruga marinha impactada por ações humanas. Desta vez, uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) foi resgatada com linha de pesca saindo de seu corpo. Um raio X revelou que ela tinha um anzol de aproximadamente seis centímetros em seu esôfago, de onde partiam metros e metros de linha passando pelo seu trato digestório. Infelizmente, esses casos são testemunhados pela equipe do Instituto Biopesca, que frequentemente encontram animais marinhos, mortos ou vivos, encalhados em praias e realizam o seu resgate e atendimento veterinário. Na maior parte das vezes, esses animais são vítimas da pesca ou de outras ações antrópicas, como poluição marinha ou descarte inadequado de resíduos que terminam nos mares.

Acreditamos que uma das maneiras de confrontar esse problema é falando sobre ele. Assim, esta edição do  “Em dia com o Biopesca” traz essa e outras notícias. Acompanhe e boa leitura.

IBP participa de evento do Dia da Água

A equipe de Educação Ambiental do Instituto Biopesca esteve presente em ação realizada pelo Departamento de Educação Ambiental da Prefeitura de Praia Grande, realizado no dia 21 de março na Área de Lazer Ézio Dall’Acqua, o Portinho. Os monitores do IBP montaram a exposição da entidade, com banners informativos e material biológico, e receberam estudantes de quatro escolas de ensino fundamental de Praia Grande. O evento fez parte de programação alusiva à Semana da Água, realizada em comemoração do Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março.

O objetivo foi sensibilizar os jovens a respeito da importância da preservação ambiental. Os monitores do IBP enfatizaram as consequências do descarte incorreto do lixo no mar, rios e lagos, problema que impacta os seres humanos e também os animais que vivem nesses ecossistemas.

Bobo-pequeno volta para natureza

Um bobo-pequeno (Puffinus puffinus) que foi resgatado e estabilizado pela equipe do Instituto Biopesca voltou para a natureza. Ele foi encontrado pelos profissionais da entidade em Mongaguá (SP) em janeiro, muito debilitado e em más condições clínicas devido à viagem migratória. Recebeu diversos cuidados, como hidratação por sonda oral e administração de polivitamínico. Graças ao tratamento intensivo, suas condições clínicas melhoraram e ele foi encaminhado para reabilitação.  Sua soltura ocorreu em 24 de fevereiro na praia do Tombo, em Guarujá (SP).

“Devido às condições extremas em que chegam, dificilmente essas aves sobrevivem”, explica a médica veterinária Vanessa Ribeiro, do Instituto Biopesca. “Esse bobo-pequeno, em particular, chegou muito debilitado, mas sua situação foi revertida graças ao esforço e empenho de toda a equipe”. 

O bobo-pequeno é uma ave oceânica da mesma ordem dos albatrozes. Ocorre nos oceanos Atlântico Norte e Atlântico Sul e visita a costa brasileira entre julho e março.

Tartaruga com anzol é resgatada

A equipe do Instituto Biopesca que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) resgatou uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) com um pedaço de linha de pesca saindo do seu corpo. Um raio X indicou a presença de um anzol, de formato J, de aproximadamente seis centímetros em seu esôfago. “Bem provavelmente, ela tem muitos metros de linha passando pelo seu trato digestório”, comenta a médica veterinária Vanessa Ribeiro. 

A retirada do anzol é possível por meio de um procedimento cirúrgico. Ela recebeu todos os cuidados veterinários adequados, entre eles analgésicos, antibiótico e hidratação, até ser encaminhada para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos no Guarujá (SP). O resgate ocorreu em 8 de março, em Mongaguá.

De acordo com a Portaria Interministerial nº 74 (01 de novembro de 2017) , o anzol  em formato J deve ser substituído pelo circular na técnica de espinhel (utilizada em alto-mar principalmente para captura de atuns, espadartes e tubarões). Essa obrigatoriedade foi adotada para aumentar as chances de as tartarugas marinhas serem liberadas de volta ao mar com vida. Feitos de metal e sem argola, o anzol circular tem esse nome porque a ponta é curva e virada em direção à haste e, dessa forma, não fica preso à tartaruga, o que já ocorre com o J. Já a pesca recreativa pode utilizar esse tipo de artefato.

Novo episódio do Youtube no ar

O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).

Para mais informações, acesse www.comunicabaciadesantos.com.br.

Expediente:

A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Textos e Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883. Imagens: Instituto Biopesca.
Fotos: Sophia Romano/Divulgação - Instituto Biopesca