Newsletter Instituto Biopesca - Edição nº 31 - fevereiro / 2022
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EDITORIAL:
A proteção ao meio ambiente e às espécies marinhas está no DNA do Instituto Biopesca desde que foi criado, há 23 anos. Nessas mais de duas décadas, a instituição vem contribuindo de diversas maneiras para esse objetivo e duas delas ganham destaque nesta edição do “Em Dia com o Biopesca”. Profissionais da organização realizaram uma ação de resgate e soltura de peixes e crustáceos que estavam em uma piscina formada na orla de Peruíbe em decorrência de forte ressaca no local, devolvendo-os ao seu ambiente natural em ação coordenada com outras instituições.
Outra contribuição se deu na forma de um artigo científico, publicado na Revista Nature, evidenciando a descoberta de um novo tipo de herpesvírus em uma toninha (Pontoporia blainvillei), colaborando dessa forma para mais conhecimento voltado à conservação ambiental.
Boa leitura!
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Foto: Eduardo Monteiro Ribas/Instituto Biopesca
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Cerca de 200 peixes são resgatados e
voltam para a natureza
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O Instituto Biopesca participou de uma ação de resgate e soltura de aproximadamente 200 peixes e crustáceos que estavam em uma piscina formada na orla de Peruíbe (SP) após uma forte ressaca ocorrida no ano passado. Eles foram retirados com uma rede de pesca cedida pela Colônia de Pescadores Júlio Conceição.
De acordo com o biólogo Marcio Ohkawara, entre as espécies resgatadas, estavam tainhas e paratis do gênero Mugil (Família Mugilidae); robalo-peva/peba (Centropomus parallelus) e robalo-flecha (Centropomus undecimalis), maria-da-toca/amboré (peixes da família Gobiidae) e maria-pretinha (família Eleotridae). Além desses, havia também espécies de água doce, a exemplo do guarú/barrigudinho (da família Poeciliidae) e, entre os invertebrados, pitus (espécie de camarão) e siri azul.
Eles foram transportados em uma caixa d’água apropriada para a operação e, depois de passarem por uma breve aclimatação, foram soltos no rio Preto, próximo ao local, com exceção dos siris, que foram liberados no mar.
A piscina tem aproximadamente três metros de largura por oito metros de comprimento e cerca de 50 centímetros de profundidade. Os peixes estavam ali porque foram levados pelas ressacas do mar ou ainda por algum desvio natural de canal próximo. Esses animais pertencem ao ambiente estuarino e, assim, têm ciclo de vida que suporta a variação de salinidade. Para que se adaptassem ao novo ambiente, os técnicos do Instituto Biopesca acrescentaram a água do rio gradualmente à caixa, de forma a aclimatarem o ambiente e obterem temperatura e salinidade adequadas.
A operação, realizada em 28 de janeiro deste ano, foi organizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Peruibe e teve o apoio da Colônia de Pescadores Júlio Conceição e do Instituto Ambiecco, além de participação do Projeto Martin. A piscina será aterrada em obra de recuperação da orla.
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Produção científica em destaque
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Um artigo com colaboração de pesquisadores do Instituto Biopesca foi publicado na edição de dezembro da revista científica “Nature”. Com o título “Highly divergent herpesviruses in threatened river dolphins from Brazil”, o estudo descobriu um novo tipo de herpesvírus registrado pela primeira vez em uma toninha (Pontoporia blainvillei). Ao todo, foram analisadas amostras de pele e sangue de 74 golfinhos das espécies boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis), golfinho-boliviano (Inia boliviensis) e toninha (Pontoporia blainvillei).
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Outro caso, dessa vez sobre atobás-pardos (Sula leucogaster), foi apresentado na forma de um resumo científico no “Simpósio Latino-Americano sobre Patologia de Animais Selvagens e de Zoólogico: Patologia como uma ferramenta para a conservação”, promovido pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) de 6 a 8 de agosto de 2021.
Essa ocorrência mereceu destaque em decorrência da mortalidade atípica de uma quantidade significativa dessas aves em um curto período de tempo. Entre os dias 2 e 4 de janeiro de 2021, o IBP recolheu 23 delas em praias de Itanhaém e Peruíbe, em um intervalo de distância de aproximadamente 20 quilômetros. Quatro das aves ainda estavam vivas. Em quase seis anos de execução do Projeto de Monitoramento de Praias de Bacia de Santos (PMP-BS), esse foi o primeiro registro realizado pelo Instituto Biopesca documentando a mortalidade atípica dessa quantidade de atobás em apenas três dias.
Os exames de necropsia indicaram diferentes tipos de hemorragia, inclusive cerebral, sugerindo que os animais sofreram um choque associado à trauma.
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“As lesões são fortes indícios de agressão a atobás-pardos relacionados à pesca”, explica a médica veterinária responsável do Instituto Biopesca, Vanessa Ribeiro. Essas aves interagem com os barcos pesqueiros ao serem atraídas pela manipulação do pescado e podem ser consideradas inconvenientes pelos pescadores durante a realização dessa atividade.
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“A produção científica do Instituto Biopesca, desenvolvida a partir de suas diferentes atividades, colabora para mais conhecimento sobre as espécies marinhas. Dessa forma, queremos também contribuir para sua proteção", comenta a bióloga Carolina Bertozzi, fundadora do Instituto Biopesca e professora da Unesp.
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Animais muito inteligentes
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O novo episódio do quadro “Histórias de Família” do canal do Instituto Biopesca no Youtube tem como tema “Como polvos e golfinhos são tão inteligentes?”, apresentando os aspectos que diferenciam essas duas espécies, entre outros assuntos.
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O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).
Para mais informações, acesse www.comunicabaciadesantos.com.br.
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O Instituto Biopesca é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1998 no município de Praia Grande, litoral de São Paulo. A entidade tem como missão promover a conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção, a partir de pesquisas, apoio a atividades acadêmicas e ações de educação ambiental.
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Expediente:
A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Textos e Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883. Imagens: Instituto Biopesca.
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