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Newsletter Instituto Biopesca - Edição nº 29 - dezembro / 2021

EDITORIAL:

A última edição deste ano do “Em dia com o Biopesca” traz boas notícias para encerrar 2021 de forma positiva e, assim, esperar que 2022 comece e progrida da mesma maneira. Uma delas conta a história de uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) que teve o casco fraturado bem provavelmente em decorrência da colisão com uma embarcação. Ela foi resgatada por dois pescadores parceiros do Instituto Biopesca e está em recuperação na sede da entidade. Seu estado clínico vem progredindo e ela já está se alimentando voluntariamente. 

Outra notícia destaca o recolhimento de quase 700 quilos de resíduos em duas ações de limpeza realizadas na praia de Itaquitanduva, no Parque Estadual Xixová-Japuí (São Vicente/Praia Grande/SP), e no mangue do Portinho (Parque Ézio Dall’Acqua/Praia Grande/SP). O maior objetivo dessas ações é sensibilizar as pessoas para a importância da proteção do meio ambiente e como cada um de nós pode colaborar ao adotar ações como o consumo consciente, por exemplo.

São atitudes como essa que esperamos ver no ano que se aproxima, mantendo esperança para que se fortaleçam e se estabeleçam no futuro.
Desejamos um Feliz Natal e ótimo 2022 a todos!


Boa leitura!

Tartaruga-verde com casco fraturado em tratamento

Uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) juvenil está em recuperação no Instituto Biopesca depois de ter sido resgatada com o casco fraturado, bem provavelmente em decorrência de uma colisão com alguma embarcação. Ela foi resgatada pelos pescadores Adriano e Beto, parceiros do Instituto Biopesca, em 29 de novembro, ainda flutuando, na direção da praia Ocian, em Praia Grande. Ao avistá-la, os pescadores acionaram a equipe do Instituto Biopesca, que foi buscá-la na comunidade pesqueira da Ocian.

O tratamento consiste em curativos diários no casco, entre outros procedimentos, a exemplo de laserterapia, de ozonioterapia e administração de soro. Enquanto a laserterapia ajuda na cicatrização do casco, a ozonioterapia auxiliar a oxigenar os tecidos.

Além das colisões com embarcações e jet-skis, outras ações antrópicas ameaçam os animais, a exemplo da captura acidental com a pesca,  e a poluição.

Quase 700 kg de resíduos coletados em ações de limpeza

Duas ações de limpeza realizadas neste mês resultaram na coleta de aproximadamente 700 kg de resíduos em ambientes naturais. A primeira ocorreu na praia de Itaquitanduva, no Parque Estadual Xixová-Japuí (PEXJ) com a participação de 31 pessoas. Cerca de 30kg de resíduos foram retirados, a maior parte deles plásticos, em quase 300 metros de extensão da praia. Além da limpeza, os participantes também fizeram a triagem do material.

Já a segunda ação ocorreu em uma área de mangue de aproximadamente 1.200 metros quadrados no Portinho (Parque Ézio Dall’Acqua) e foram coletados quase 670 quilos de resíduos, tanto em terra como em água. O mutirão foi organizado pelo Instituto Biopesca como resultado de parceria com o Ministério do Meio Ambiente e com a Abividro (Associação Brasileira das Indústrias de Vidro). A ação, que teve a participação de 43 voluntários, integrou a implementação do Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar (PNCLM).

Grande parte dos resíduos coletados eram plásticos, além de diversos tipos de materiais, como pneus, vidros e sapatos. O material foi triado pelo Instituto Biopesca e encaminhado às cooperativas de catadores Coopervida e Acamar, de Praia Grande, que atuam na coleta seletiva do município. 

Os dados gerados no mutirão integrarão o Painel de Resultados de Mutirões de Limpeza, disponível no site do MMA


A ação teve o apoio da Prefeitura de Praia Grande, por meio de suas Secretarias de Meio Ambiente, Educação (Departamento de Educação Ambiental), Turismo, Saúde e Grupamento Costeiro da Guarda Ambiental Municipal, além da empresas Massfiz e da Verallia.

Os dados gerados no mutirão integrarão o Painel de Resultados de Mutirões de Limpeza, disponível no site do MMA

O mutirão adotou medidas de prevenção à covid-19, a exemplo da testagem de todos os participantes para a doença e uso de máscaras.

Treinamento de desemalhe de baleias

Neste mês, quatro profissionais do Instituto Biopesca participaram do treinamento “Desemalhe de baleias”, realizado em São Sebastião (SP) pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos do ICMBio (CMA-ICMBio), em parceria com o Instituto Argonauta e o VIVA Instituto Verde Azul. O curso foi voltado para a capacitação de técnicos que possam atuar em ocorrências de socorro a baleias presas em malhas de pesca no litoral brasileiro, em especial no litoral de São Paulo. 

Essa foi mais uma etapa do treinamento realizado em 2019 e ministrada por Leandro Aranha (IBAMA), Milton Marcondes (Instituto Baleia Jubarte) e Prof. Dr. Pedro Castilho (Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC), previamente treinados pela Comissão Baleeira Internacional (IWC, na sigla em inglês). O desemalhe é uma atividade de grande risco, que não pode ser realizada por pessoas não capacitadas e habilitadas. 

“Com o aumento do número de redes em uso, bem como de redes perdidas ou abandonadas, também chamadas de redes fantasmas, há uma chance maior de baleias se emalharem. Essas baleias acabam tendo sua saúde prejudicada, pois as redes muitas vezes causam ferimentos, podem impedir seus movimentos, sua alimentação e até causar o óbito do animal”, explica Fábia Luna, chefe do CMA-ICMBio.

Nesse sentido, o CMA vem buscando montar uma rede de colaboradores com grupos de instituições capacitadas para retirar as redes e trazer bem-estar para animais presos em redes de pesca. Depois de estruturar uma equipe habilitada em Santa Catarina, o órgão, com o apoio do Instituto Argonauta e do VIVA Instituto Verde Azul, está capacitando instituições para atuar no litoral paulista. “A ideia é que tenhamos uma rede formada por instituições capacitadas que possam atuar nessa importante atividade no Brasil todo, especialmente da Bahia até o Rio Grande do Sul, contribuindo para a conservação das espécies”, diz Luna.

Além do Instituto Biopesca, participaram do treinamento equipes do Instituto Argonauta, VIVA Instituto Verde Azul, Instituto Gremar, Instituto de Pesquisas Cananeia, ICMBio e Sea Shepherd.

Soltura de pinguins 

No final de novembro, um total de nove pinguins foi solto em Cananeia. Eles receberam tratamento das equipes dos institutos Biopesca, Gremar e de Pesquisas Cananéia (IPeC) e a operação de soltura contou com a participação de profissionais das três instituições, todas executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).  

Três dos pinguins foram resgatados pelo Instituto Biopesca e um recebeu transfusão de sangue para conseguir se recuperar. Esse procedimento foi realizado em parceria com o Aquário de Santos. Já um outro pinguim foi encaminhado para cuidados pelo pescador Adriano, parceiro do Instituto Biopesca, que encontrou o animal debilitado. 

Os pinguins devem ser soltos em grupo porque vivem em bandos e, por essa razão, o que voltou para o mar era formado por animais resgatados por diferentes instituições, somando um número adequado para a soltura. Eles foram socializados ao serem colocados no mesmo recinto no IPeC e, assim, puderam se familiarizar para formar o grupo de soltura.

O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).

Para mais informações, acesse
www.comunicabaciadesantos.com.br.

O Instituto Biopesca é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1998 no município de Praia Grande, litoral de São Paulo. A entidade tem como missão promover a conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção, a partir de pesquisas, apoio a atividades acadêmicas e ações de educação ambiental.


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A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Textos e Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883. Imagens: Instituto Biopesca.

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