Newsletter Instituto Biopesca - Edição nº 25 - agosto / 2021

EDITORIAL:
Neste mês, a equipe do Instituto Biopesca resgatou e cuidou de um pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) que causou surpresa pela sua recuperação.
Quando ingressou para cuidados, a ave tinha pouca probabilidade de sobrevivência, já que seu hematócrito estava muito baixo. No entanto, contrariando todas as expectativas, a ave se recuperou depois de ter recebido uma transfusão de sangue, doado por pinguins do Aquário de Santos.

Agradecemos imensamente à parceria com o Aquário de Santos, que contribuiu de forma fundamental para o sucesso da recuperação do pinguim. Casos como esse são a motivação do difícil, mas gratificante, trabalho em favor da conservação marinha.

Boa leitura!

Pinguim faz transfusão de sangue

Em agosto, um caso raro foi registrado pelo Instituto Biopesca. Neste mês, um dos pinguins (Spheniscus magellanicus) resgatados pela equipe da instituição se recuperou de forma surpreendente depois do seu hematócrito passar de 4% para 33%. Esse importante indicador de saúde estava baixo quando a ave ingressou para receber cuidados na sede da organização e aumentou depois de ser tratada e receber uma transfusão de sangue. 

Dois pinguins do Aquário de Santos fizeram a doação. A colheita do sangue foi providenciada pela equipe da entidade, coordenada pelo médico veterinário Gustavo Dutra, e o procedimento foi acompanhado pelos profissionais do IBP, responsáveis pela transfusão, que ocorreu no Instituto Biopesca.  Um total de 35 ml de sangue foi doado. A transfusão é um procedimento que pode ser recomendado para aves com o valor do hematócrito baixo.

Ele foi resgatado no dia 8 de julho na Plataforma de Pesca de Mongaguá, no litoral centro-sul de São Paulo, pela equipe do Instituto Biopesca que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). 

Toninha continua sendo monitorada

O Instituto Biopesca continua monitorando uma toninha (Pontoporia blainvillei) que está em um trecho de mar na Ponte dos Práticos, na Ponta da Praia, em Santos (SP). Esse trabalho, realizado em rede e coordenado pelo Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (CMA/ICMBio), tem ainda participação da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Campus Litoral Paulista (Unesp/CLP), do Instituto Gremar, do Projeto Toninhas/Univille e do Instituto Verde Azul (VIVA).

A toninha é a espécie de golfinho mais ameaçada do Brasil. O avistamento desse indivíduo, uma jovem fêmea aparentemente saudável, é um fenômeno raro. Dificilmente, observa-se essa espécie em seu ambiente, já que apresenta um comportamento discreto e tímido. Além disso, ela tem sido avistada sozinha, fato incomum porque as toninhas vivem em grupos. Esses fatores se somam ao local onde permanece, muito movimentado em função de atividades portuárias e náuticas, demandando atenção e cuidados. 

Reunião discute encalhe de baleias

O Instituto Biopesca esteve presente em reunião realizada na Câmara Municipal de Santos (SP) em 20 de agosto para discutir os encalhes de baleias ocorridos nos últimos meses na Baixada Santista.  A organização foi representada pelo seu coordenador, o médico veterinário Rodrigo Valle (quarto, da direita para a esquerda), que apresentou o trabalho de resgate e de recolhimento de animais marinhos em praias do litoral centro-sul de São Paulo. 

A reunião foi promovida pela Comissão Especial de Vereadores, constituída com o objetivo de discutir a regulamentação da pesca em Santos e contou com a presença de representantes de órgãos públicos e de instituições que atuam na área de conservação ambiental na região.

Novos vídeos no Youtube

Seis anos de execução do PMP-BS

No último dia 24 de agosto, o Instituto Biopesca registrou o sexto ano de execução do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). Nesse período, foram resgatados ou recolhidos quase sete mil tartarugas, aves e mamíferos marinhos mortos e vivos e percorridos pouco mais de 164 mil quilômetros – o equivalente a pelo menos quatro voltas na Terra. Diariamente, as equipes de monitoramento monitoram as praias de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, no litoral centro-sul de São Paulo. 

“A execução do PMP-BS tem permitido que levantemos informações extremamente importantes e que auxiliarão a adoção de medidas que possam melhorar o meio ambiente costeiro marinho e ajudar a proteger a fauna marinha”, comenta o médico veterinário Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca.

O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).

Para mais informações, acesse www.comunicabaciadesantos.com.br.

Expediente:

A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Textos e Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883. Imagens: Instituto Biopesca.