Newsletter Instituto Biopesca - Edição nº 24 - julho / 2021
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EDITORIAL:
Uma toninha vinha surpreendendo pesquisadores até o fechamento desta edição. Além do avistamento de um golfinho dessa espécie ser coisa rara, mais incomum ainda estava sendo seu comportamento. Esse indivíduo, que estava aparecendo em trecho de mar da Ponte dos Práticos, no Porto de Santos, vinha à superfície com frequência, se aproximava das embarcações e dava alguns saltos. Essa é uma situação que, embora inusitada, preocupa, já que o animal está solitário e o ambiente onde está não é o ideal.
Outra notícia desta edição é a iniciativa do Instituto Biopesca em articular um protocolo regional para atendimento a encalhe de baleias vivas junto a entidades da região, necessidade que se apresenta principalmente diante do número crescente de casos decorrente do aumento da população dessa espécie. Esse crescimento é decorrente do esforço conservacionista feito nas últimas décadas.
Boa leitura!
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Instituto Biopesca monitora toninha,
espécie de golfinho em extinção
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Um grupo de pesquisadores do Instituto Biopesca (IBP) está monitorando a presença de uma toninha (Pontoporia blainvillei) em trecho de mar na Ponte dos Práticos, na Ponta da Praia, em Santos (SP) desde o dia 26 de julho. Conhecida por sua timidez, essa espécie de golfinho dificilmente é avistada e, além disso, esse indivíduo, em particular, está surpreendendo pesquisadores pelo comportamento incomum. Ele se aproxima das embarcações, vem à superfície frequentemente e chegou até a dar alguns saltos.
Trata-se de um indivíduo jovem que, provavelmente, se perdeu da mãe ou do seu grupo e pode estar desorientado, permanecendo no local para se alimentar. O trabalho de monitoramento ainda estava ocorrendo até o fechamento desta edição do “Em Dia com o Biopesca”.
Essa ação é realizada em conjunto com o Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CMA/ICMBio) e com a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Campus Litoral Paulista (Unesp/CLP). O trabalho consiste na observação à distância 24 horas, com equipes do IBP se revezando nesse período. O objetivo é colher o maior número possível de informações do comportamento da toninha e também da sua biologia, bem como investigar os motivos da sua presença na área. Esses dados colaborarão com estudos voltados à sua proteção.
Uma das principais ameaças à toninha é a captura acidental em redes de pesca. Ao ficar presa porque não as enxerga, ela morre asfixiada. Nesse sentido, alguns experimentos em conjunto com pescadores vêm sendo realizados, como testes com redes de pesca alternativas e também a colocação de alarmes acústicos no equipamento. Essas iniciativas tentam impedir que alguma espécie, que não seja o alvo da pescaria, se enrosque. Outros perigos colocam as toninhas em risco, como a poluição marinha e a ingestão de lixo plástico.
O Instituto Biopesca alerta para a importância das pessoas não alimentarem o animal e nem se aproximarem dele a fim de preservar o seu bem-estar. Essa seria uma forma de colaborar com esse indivíduo. De forma geral, a população pode ajudar a proteger a toninha ao se informar sobre a origem do peixe que quer consumir para esclarecer se é pescado de forma sustentável. Alguns guias de consumo sustentável são facilmente acessados na Internet:
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O quadro "Histórias de Família", no canal do Instituto Biopesca no Youtube, apresenta um episódio a respeito da toninha, com informações da sua biologia, entre outras. Confira e não deixe também de assistir o último episódio, "Pinguins: uma vez dinossauros, sempre dinossauros".
Clique aqui e assista.
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IBP articula protocolo regional
para ocorrências com baleias
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O Instituto Biopesca (IBP) está realizando uma articulação junto a entidades da região para o atendimento a ocorrências de encalhes de baleias vivas em praias do litoral centro-sul de São Paulo. A proposta é que essas instituições atuem conjuntamente e de forma ordenada para que a operação seja realizada de forma mais eficaz e rápida. Essa necessidade se apresenta principalmente diante dos casos cada vez mais frequentes de encalhes em decorrência do aumento da população de baleias nos últimos anos, em especial as jubartes.
Essa iniciativa consiste em uma série de ações, entre elas a capacitação “Atendimento a encalhes de baleias”, ministrada pelo médico veterinário Milton Marcondes, coordenador de Pesquisas do Instituto Baleia Jubarte. O módulo prático dessa capacitação consistiu em um simulado de encalhe de baleia viva, realizado no dia 14 de julho em praia situada no Forte Duque de Caxias de Itaipu, a Fortaleza de Itaipu, no Canto do Forte, em Praia Grande (SP). Veja as instituições participantes abaixo.
Além do simulado, a capacitação ainda incluiu um módulo teórico, também ministrado por Milton Marcondes em três aulas on-line na primeira semana de julho. Uma reunião presencial com representantes do poder público e instituições parceiras também foi realizada em 13 de julho, no Palácio das Artes, em Praia Grande (SP), respeitando todas as normas de segurança necessárias para evitar o contágio da covid-19. Nessa ocasião, Milton Marcondes fez a palestra “Encalhe de baleias: desafios e soluções”.
A realização da capacitação e da reunião teve o apoio da Prefeitura Municipal de Praia Grande, da empresa Mineral Engenharia e Meio Ambiente e do 2º GAAAe “Grupo José Bonifácio e Fernando de Noronha”.
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Instituições participantes do simulado
Instituto Biopesca - coordenador
Guarda Civil Municipal de Itanhaém
Guarda Civil Municipal de Praia Grande
Guarda Civil Municipal de Peruíbe
Polícia Militar Ambiental
Polícia Militar do Estado de São Paulo
Corpo de Bombeiros
Secretaria Estadual de Meio Ambiente
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Praia Grande
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Itanhaém
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Peruíbe
Departamento de Meio Ambiente de Mongaguá
Defesa Civil Mongaguá
Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CMA/ICBio)
Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Centro - Fundação Florestal
Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo
Instituto Argonauta
Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC)
Instituto Gremar
Instituto Verde Azul - VIVA
Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais
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Temporada de pinguins e baleias
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Os pinguins e baleias estão chegando ao litoral centro-sul de São Paulo. A equipe do Instituto Biopesca que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-SP) já encontrou cinco baleias jubartes (Megaptera novaeangliae), todas em vida, e 14 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus). Os animais encalharam em praias dos municípios de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, percorridas diariamente pela organização.
O inverno no Brasil é o período em que essas espécies migram de águas mais frias para as mais quentes, em busca de alimentos, para se reproduzirem ou dar à luz.
Ao avistar algum desses animais, a população pode entrar em contato com o Instituto Biopesca (IBP) pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar). Profissionais da organização fazem o seu resgate ou seu recolhimento. Vale reforçar que, no caso de animais mortos, as pessoas não devem se aproximar para não correr o risco de transmissão de alguma doença. Ao encontrar pinguins vivos, esses animais não devem ser colocados na água e nem em lugares gelados, como coolers, geladeiras ou freezers. As pessoas devem manter distância para não estressá-los e acionar os órgãos ambientais, a exemplo do IBP, o mais rapidamente possível.
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O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).
Para mais informações, acesse www.comunicabaciadesantos.com.br.
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O Instituto Biopesca é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1998 no município de Praia Grande, litoral de São Paulo. A entidade tem como missão promover a conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção, a partir de pesquisas, apoio a atividades acadêmicas e ações de educação ambiental.
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Expediente:
A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Textos e Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883. Imagens: Instituto Biopesca.
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