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Newsletter Instituto Biopesca - Edição nº 23 - junho / 2021

EDITORIAL: Nesta época do ano, já se tornou rotina para o Instituto Biopesca e outras instituições, o achado nas praias de animais marinhos migratórios que partem para águas mais quentes a fim de se reproduzirem ou fugirem do inverno austral. Muitas vezes, eles encalham já sem vida, caso de duas baleias jubartes encontradas em Praia Grande e em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Por outro lado, há ocasiões em que estão vivos, como as aves oceânicas da mesma ordem dos albatrozes resgatadas no início do mês.

Esses achados, em ambas as situações – dos animais encontrados vivos ou mortos – são particularmente importantes para que possamos compreender melhor a dinâmica das espécies e, assim, colaborar com a sua conservação. Nesse sentido, o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), executado pelo IBP e por outras organizações, configura-se como um importante aliado para os esforços conservacionistas.

Por falar em esforço, mais de 60 instituições, entre elas o Instituto Biopesca, somaram forças em junho para divulgar um importante modelo em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, o da Economia Circular. Durante cinco dias, entre 5 e 9 de junho, posts ilustrativos e vídeos apesentaram essa proposta, que se contrapõe ao atual modelo econômico ao adotar o uso racional de recursos. Saiba mais nesta edição.


Boa leitura!

Aves oceânicas recebem cuidados

A chegada do inverno no hemisfério sul traz diversas espécies migratórias, que partem para se alimentar e se reproduzir em águas do Brasil. O litoral de São Paulo recebe algumas delas, a exemplo das baleias jubartes (Megaptera novaeangliae) e aves oceânicas como as pardelas. Assim como nesta mesma época em anos anteriores, o Instituto Biopesca já registrou o achado, o recolhimento ou o resgate de mais de uma delas. 

Em um mesmo dia, 8 de junho, a equipe do Instituto Biopesca resgatou duas aves oceânicas da ordem Procellariiformes (a mesma dos albatrozes) em Praia Grande (SP) em trechos próximos de praia. A primeira, uma pardela-preta (Procellaria aequicnotialis, foto) foi encontrada de manhã e a segunda, uma pardela-do-bico-preto (Puffinus gravis), à tarde. Ambas apresentavam sintomas típicos da exaustão da longa viagem, como desidratação e peso abaixo do normal, e foram levadas para tratamento na sede do Instituto Biopesca. Ainda nesse mesmo dia, também em Praia Grande, foi recolhida uma terceira ave oceânica, um Calonectris sp., da mesma ordem das duas anteriores, mas já morto. Três dias depois, em 11 de junho, um Calonectris sp., esse com vida, foi resgatado em Peruíbe e também encaminhado para cuidados no Instituto Biopesca


Durante a temporada de inverno de 2020, um total de 50 aves da ordem Procellariiformes foi encontrada pela equipe do Instituto Biopesca no litoral centro-sul de São Paulo.

Baleias encalham mortas no litoral sul

Duas baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae) foram encontradas em avançado estado de decomposição pela equipe do Instituto Biopesca por dois dias seguidos. A primeira encalhou em Itanhaém no dia 17 e a segunda no dia 18, em Praia Grande, municípios do litoral centro-sul de São Paulo. A necropsia foi feita em campo e os profissionais da organização recolheram amostras biológicas que serão utilizadas para análises mais detalhadas. Esse material colabora não apenas com a possibilidade de compreender a causa da morte dos animais, mas principalmente para estudos voltados para a conservação da espécie. 

O inverno no Hemisfério Sul é o período de migração das jubartes, que partem de águas mais frias para o calor do Nordeste brasileiro a fim de se reproduzirem e darem à luz. A população dessa espécie vem aumentando nos últimos anos e, assim, torna-se mais comum avistar baleias com ou sem vida no litoral de São Paulo, já que esse trecho integra sua rota de migração. 

Tamanduá é resgatado em Praia Grande

A equipe do Instituto Biopesca (IBP) também apoia diversas instituições que atuam com fauna silvestre  que não são necessariamente marinhas. Um dos últimos casos foi o de um tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) que foi resgatado pelos profissionais do IBP em operação conjunta com o Corpo de Bombeiros em Praia Grande (SP) no final de maio. 

Ele se refugiou em um estabelecimento comercial em movimentada avenida do município, a Marechal Mallet, escondendo-se em uma calha no teto. O tamanduá foi encaminhado à sede do Instituto Biopesca para receber os primeiros cuidados veterinários e, depois dos exames iniciais, foi constatado que seu quadro clínico geral estava bom, embora apresentasse algumas lesões. O animal foi levado à Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais, entidade parceira do IBP, para ser reabilitado.
“É cada vez mais comum a presença de animais silvestres em ambientes urbanos”, comenta o médico veterinário Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca. De acordo com ele, um dos fatores para isso é o impacto das ações humanas, como o desmatamento do habitat desses animais, obrigando-os a buscar comida e abrigo em outros locais.

Economia circular é tema da Semana do Meio Ambiente

Neste ano, a semana do Meio Ambiente foi celebrada pelo Instituto Biopesca com uma campanha em suas redes sociais. A organização reuniu-se a outras 67 de oito países da América Latina para abordar o tema “Economia circular: você já ouviu falar?”. A campanha foi uma iniciativa do Instituto Mar e do Aquário de São Paulo com o objetivo de apresentar esse conceito, uma alternativa ao atual sistema de economia linear, que compromete gravemente a sustentabilidade dos recursos naturais. Por sua vez, a Economia Circular propõe, basicamente, uma nova forma de se relacionar com o planeta ao adotar um sistema inspirado na natureza, em que nada é desperdiçado. 
Entre os dias 5 e 9 de junho, posts ilustrados e informativos sobre a Economia Circular, bem como vídeos, foram divulgados no Instagram e no Facebook das organizações participantes.

Novos episódios no canal do Youtube

O canal do Instituto Biopesca no Youtube é periodicamente atualizado com vídeos produzidos pela equipe de Educação Ambiental da instituição, que elege temas atuais e de relevância relacionados ao ecossistema marinho e à sustentabilidade. São dois quadros, o “Histórias de Família” e o “Biopesca Sustentável”, com episódios que abordam, de forma simples e didática, características dos seres e do ecossistema marinho, além de assuntos que colaboram com a compreensão do conceito de sustentabilidade. Neste mês, um dos destaques é o vídeo dedicado ao Dia do Pescador (29 de junho), que celebra esse profissional ao apresentá-lo como um parceiro importante para a conservação marinha.

www.youtube.com/institutobiopescacanal

O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).

Para mais informações, acesse www.comunicabaciadesantos.com.br.

O Instituto Biopesca é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1998 no município de Praia Grande, litoral de São Paulo. A entidade tem como missão promover a conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção, a partir de pesquisas, apoio a atividades acadêmicas e ações de educação ambiental.


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A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Textos e Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883. Imagens: Instituto Biopesca.

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