Newsletter Instituto Biopesca - Edição 20 - março / 2021
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EDITORIAL: As medidas de segurança do ninho da tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) na praia do Suarão, em Itanhaém (SP), foram ampliadas com a instalação de uma câmera de monitoramento 24h no local. O ninho já é vigiado por equipes presenciais que se revezam em escalas e o equipamento, portanto, é mais um recurso para incrementar as ações de proteção.
Mas, além desse benefício, há ainda mais um contemplado com a iniciativa: a disseminação de informações do ninho e da tartaruga-de-couro e de outras relativas à importância da conservação do ecossistema marinho. Afinal, as imagens estão disponíveis para todos e tornam-se um atrativo para que as pessoas adquiram mais conhecimento, disseminado nas mídias sociais do Instituto Biopesca e também em notícias produzidas pela instituição e divulgadas por veículos da imprensa.
Acreditamos que, em meio à complexa situação que todos vivem em decorrência do avanço da covid-19, essas sejam boas notícias. Embora não seja possível saber se todos os ovos eclodirão, mantemos a esperança de que pelo menos alguns filhotes consigam nascer e sobreviver aos primeiros tempos de vida. Esse tipo de crença é a que nos motiva, diariamente, a prosseguir com nosso trabalho mesmo diante de todas as dificuldades impostas pelos desafios da pandemia.
Boa leitura!
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Câmera monitora ninho de tartaruga-de-couro
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O ninho da tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) na praia do Suarão, em Itanhaém (SP), está sendo monitorado em tempo integral por uma câmera de segurança. As imagens já estão disponíveis nos sites da Mineral – Engenharia e Meio Ambiente (www.mineral.eng.br) e do Instituto Biopesca (www.biopesca.org.br/ninhos) e acessíveis para todos os interessados.
O objetivo é aumentar as medidas de segurança do local e, além disso, “também colaborar com a disseminação de conhecimento a respeito da tartaruga-de-couro e da importância da conservação do ambiente marinho”, diz Claudio Vieira, coordenador Geral do PMP-BS Área SP pela Mineral Engenharia e Meio Ambiente.
Esse ninho foi o primeiro de uma sequência de três feitos pela mesma tartaruga-de-couro em praias de Itanhaém. A primeira postura ocorreu em 19 de fevereiro, a segunda e a terceira nos dias 5 e 18 deste mês. Esses são os primeiros registros de desova dessa espécie no município. Durante a temporada reprodutiva, a tartaruga-de-couro realiza em média 3 a 4 posturas, mas pode fazer até 11. Não é possível saber se as desovas em Itanhaém estão entre as primeiras ou últimas.
“Além da câmera, temos equipes se revezando na proteção e monitoramento dos ninhos”, comenta Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca. “Vínhamos também fazendo ações de educação ambiental com os visitantes, mas estão suspensas temporariamente em função das restrições para conter o avanço da covid-19. Essas medidas incluem o fechamento das praias”, explica. “De toda forma, todos podem continuar acompanhando as novidades em nossas redes sociais e pelo site”, explica.
A tartaruga tem 1,77m de comprimento total e foi anilhada pela equipe do Instituto Biopesca na ocasião da primeira desova. Esse procedimento colabora com os estudos para a conservação da espécie – que está ameaçada de extinção – além de permitir o seu reconhecimento nas outras duas posturas. Essa espécie deposita, em média, 100 ovos em cada ninho, que devem eclodir entre 60 e 90 dias.
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Equipe faz manutenção da cerca de um dos ninhos usando máscara de proteção contra a covid-19
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IBP prossegue com medidas para conter avanço da covid-19
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O Instituto Biopesca prossegue com as medidas de prevenção à disseminação da covid-19, mantendo a equipe administrativa em home office e escalas de trabalho para os profissionais que monitoram as praias do litoral centro-sul. Essa mesma restrição aplica-se à equipe que deve estar presencialmente na sede da instituição em decorrência das atividades relacionadas aos animais marinhos em estabilização. “Além disso, continuamos também utilizando máscaras de proteção, higienizando constantemente as mãos e mantendo o distanciamento social”, explica Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca.
Desde o dia 23 de março, Praia Grande – município que sedia o Instituto Biopesca e tem suas praias monitoradas pela organização – está com medidas restritivas rigorosas para conter o avanço da covid-19 e, assim, tentar evitar o colapso de atendimento na rede pública hospitalar. As mesmas medidas foram adotadas por Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, cujas praias também são monitoradas pelo IBP.
Em Itanhaém, devido às restrições determinadas por decreto municipal, estão suspensas temporariamente as ações de Educação Ambiental realizadas pela equipe do IBP nos três ninhos da tartaruga-de-couro que desovou em praias do município entre fevereiro e março deste ano. Os ninhos continuam protegidos 24 horas com apoio da Guarda Civil Municipal de Itanhaém e da empresa Alarmes Roma.
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O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).
Para mais informações, acesse www.comunicabaciadesantos.com.br.
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O Instituto Biopesca é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1998 no município de Praia Grande, litoral de São Paulo. A entidade tem como missão promover a conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção, a partir de pesquisas, apoio a atividades acadêmicas e ações de educação ambiental.
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Expediente:
A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Textos e Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883. Imagens: Instituto Biopesca.
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