Newsletter Instituto Biopesca - Edição 11 - junho / 2020
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EDITORIAL: Em 5 de junho, é comemorado o Dia do Meio Ambiente, data importante no calendário do Instituto Biopesca e sempre celebrada com várias ações, muitas realizadas com entidades parceiras. No entanto, neste ano, a pandemia do covid-19 impediu os eventos presenciais.
O meio digital foi a alternativa de comemoração da data diante desses impedimentos e, assim, o Instituto Biopesca organizou uma série de iniciativas, apresentadas nesta edição.
A organização também dá continuidade ao trabalho diário de monitoramento realizado em praias do litoral centro-sul de São Paulo com medidas rigorosas de prevenção ao coronavírus. O mesmo rigor é adotado nos cuidados dos animais que estão em tratamento em sua sede. O esforço vem dando resultados muito positivos e colaborando com a conservação das espécies animais, a exemplo da fragata (Fregata magnificiens) que voltou para a natureza depois de reabilitada pela equipe e dos pinguins que estão chegando em grande número às praias neste inverno.
Boa leitura!
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Meio ambiente é comemorado com lives e podcasts
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Em anos anteriores, o Instituto Biopesca celebrou o Dia do Meio Ambiente em diferentes ações promovidas em parceria com entidades parceiras e prefeituras dos municípios onde atua, entre eles Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, no litoral centro-sul de São Paulo. Neste ano, a promoção desses eventos presenciais foi impossibilitada em decorrência da necessidade de distanciamento social, uma das medidas de prevenção ao contágio do covid-19 adotada durante a quarentena da pandemia, em vigor desde março deste ano.
Em contrapartida, o Instituto Biopesca promoveu uma série de ações virtuais na semana de 5 de junho, data em que o Meio Ambiente é anualmente comemorado. Elas tiveram início com o quiz “Que ave é esta?”, realizado no stories do Instagram, estimulando os participantes a identificarem diferentes espécies de aves. O objetivo foi disseminar conhecimento sobre a diversidade animal considerando o tema “Biodiversidade”, estabelecido pela ONU para comemorar a data neste ano.
A organização também lançou uma série de podcasts abordando o conceito de meio ambiente; biodiversidade; impactos antrópicos, e a relação entre degradação ambiental e doenças como o covid-19. Eles foram produzidos pelas equipes de comunicação e de educação ambiental e podem ser ouvidos em www.biopesca.org.br/podcasts
Ainda no ambiente virtual, mais especificamente na página do Facebook, o Instituto Biopesca fez duas lives. A primeira foi um bate-papo com os biólogos Camila Brandão Seabra, mestre em Biodiversidade Aquática, e Victor Luiz, que atuam como assistentes técnicos na organização. Eles falaram sobre pesquisas científicas que conduzem e como esses estudos colaboram com a conservação de espécies animais. Já no dia 5 de junho, dia do Meio Ambiente, o médico veterinário Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca, e Paula Romano, mergulhadora de pesquisa do Projeto Mantas, conversaram sobre o tema “Meio ambiente e conservação”, abordando iniciativas que contribuem com a proteção ambiental.
Já no dia 4 de junho, a bióloga Carolina Bertozzi, fundadora do Instituto Biopesca e professora da Unesp, participou do “Encontros sem encontros”, live promovida no Youtube pela organização ambiental Viva – Instituto Verde Azul, que reuniu especialistas para discutirem o tema “Toninha, o golfinho mais ameaçado do Brasil”. Essa espécie está ameaçada de extinção e corre o risco de desaparecer da natureza nos próximos 35 anos caso nada seja feito em favor de sua proteção. As principais ameaças às toninhas são os impactos antrópicos, como poluição marinha e capturas acidentais por redes de pesca.
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Os cuidados com os pinguins que estão em tratamento no Instituto Biopesca foram tema de várias reportagens veiculadas em níveis local, estadual e nacional (tenha mais informações sobre esses cuidados neste boletim). A maior parte das matérias enfocou a importância dos procedimentos que devem ser adotados pela população quando encontram essas aves na praia, prestando serviço para o maior bem-estar e saúde desses animais. Confira uma delas, veiculada pela primeira edição do telejornal da TV Tribuna, afiliada da TV Globo, no dia 24 de junho. No dia 25, o Bom Dia Brasil também divulgou a notícia, bem como o telejornal Fala Brasil, da Record, que a divulgou no dia 27.
Confira a reportagem clicando aqui.
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Fragata volta para seu ambiente natural
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Uma fragata (Fregata magnificiens) voltou para seu ambiente depois de receber cuidados na Unidade de Estabilização de Animais Marinhos de Praia Grande (SP). Essa unidade, localizada na sede do Instituto Biopesca, faz parte de rede de atendimento do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
Quando chegou para o tratamento, a ave estava debilitada, com as penas molhadas e com areia, além de dificuldade respiratória, decorrente muito provavelmente de exaustão.
Ela ficou muito cansada ao tentar voar e não conseguir. O fortalecimento da musculatura para que voltasse a adquirir sua capacidade de voo fez parte do tratamento, que logo mostrou resultados positivos, a exemplo da ave voltar a se alimentar voluntariamente.
Após treino de voo realizado na praia e muitos dias de exercícios, sua soltura ocorreu no dia 5 de junho, na praia do Canto do Forte, em Praia Grande (SP).
Assista: https://youtu.be/sN7jEefR6yc
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Mais de 100 pinguins são encontrados nas praias
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Entre os dias 15 e 26 de junho, um total de 110 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) encalhou em praias de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, litoral centro-sul de São Paulo. As aves foram resgatadas ou recolhidas pela equipe do Instituto Biopesca que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) e encaminhadas para a Unidade de Estabilização que faz parte de rede de atendimento do PMP-BS, localizada na sede do Instituto Biopesca, em Praia Grande.
Desde que começou a ser executado, em agosto de 2015, o PMP-BS ainda não havia registrado, em sua série histórica, esse número de pinguins encalhados neste trecho do litoral somente no mês de junho. Nesse mesmo mês em 2019, por exemplo, ocorreram dois registros; em junho de 2018, não houve nenhum, bem como em junho de 2016. Já no mesmo mês, em 2017, foi registrado o caso de apenas um animal.
“O encalhe de pinguins nas praias é muito comum no inverno, já que esse é o período que migram em busca de alimento em águas mais quentes”, explica o médico veterinário Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca. “Já esse grande número que estamos registrando pode provavelmente ter o sucesso reprodutivo como uma das causas, ou seja, há aumento na população desses pinguins e, assim, mais desses animais acabam chegando na costa do Brasil”, explica.
Os pinguins-de-Magalhães vivem nas águas dos oceanos Atlântico e Pacífico sul, nas costas da Argentina, Chile e Ilhas Malvinas/Falklands. São principalmente os juvenis que chegam no litoral do Brasil, geralmente fatigados e debilitados pela longa viagem ou mesmo trazidos por correntes oceânicas.
Essa é a espécie mais comum na costa do Brasil e, embora não se reproduzam no País, não é raro avistá-la nas praias durantes os meses de inverno. Caso seja encontrado pela população, os procedimentos incluem improvisar uma sombra perto do pinguim, deixando um guarda-sol próximo, se possível, e logo depois manter distância a fim de não estressá-lo. “Essa medida é importante não só para o conforto do animal, mas também para sua saúde, já que, geralmente, estão desidratados quando encalham”, explica o médico veterinário Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca.
Outra ação fundamental é acionar os órgãos ambientais, a exemplo do Instituto Biopesca, o mais rapidamente possível.
Rodrigo também avisa que colocar o animal no gelo ou na água é completamente errado, ao contrário do que muitas pessoas possam acreditar. “Esse procedimento pode até matar o pinguim”, avisa.
Além de manter distância do animal, não colocá-lo no gelo ou na geladeira e acionar os órgãos ambientais, outros procedimentos corretos são orientar as outras pessoas a não se aproximarem e fazer silêncio a fim de não aumentar o estresse já presente em função da longa viagem.
Outro alerta importante: “os pescadores que capturam acidentalmente um pinguim em suas redes não devem devolvê-lo para a água”, recomenda Valle. “O indicado é que eles tragam o animal para a praia e acionem os órgãos ambientais. O Biopesca mantém canais de atendimento para o resgate desses animais”, explica.
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O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.
O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos, debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).
Para mais informações, acesse www.comunicabaciadesantos.com.br.
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O Instituto Biopesca é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1998 no município de Praia Grande, litoral de São Paulo. A entidade tem como missão promover a conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção, a partir de pesquisas, apoio a atividades acadêmicas e ações de educação ambiental.
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Expediente:
A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Textos e Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883. Imagens: Instituto Biopesca.
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