Newsletter Instituto Biopesca - Edição 08 - Março / 2020
|
|
EDITORIAL: Capacitações e treinamentos estiveram em alta neste mês no Instituto Biopesca. O objetivo foi reciclar conhecimentos ou mesmo apresentar novas abordagens, como foi o caso do microcurso de Educação Ambiental realizado na sede da instituição. Essa iniciativa vai ao encontro do aprimoramento de ações de EA do Biopesca, buscando formar pessoas mais conscientes na sua relação com o meio ambiente.
Já o trabalho de pesquisa realizado pela instituição continua e, desta vez, registrou o achado de uma corda no trato digestório de um atobá (Sula leucogaster). A equipe do Biopesca já encontrou mais resíduos dentro de outros animais marinhos, evidenciando a triste realidade dos mares e oceanos, cada vez mais impactados negativamente pelas ações dos seres humanos.
Boa leitura!
|
|
|
Foto atobá: Kaio Nunes/Instituto Biopesca
Um atobá adulto e a corda (abaixo) encontrada em um indivíduo da mesma espécie
|
|
Corda é encontrada dentro de atobá
|
|
Uma corda de aproximadamente 15 cm (foto ao lado) foi encontrada no estômago e parte do esôfago de um atobá (Sula leucogaster). Esse achado ocorreu em março durante a necropsia realizada pela equipe do Instituto Biopesca.
|
|
|
No ano passado, a instituição encontrou uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) em praia de Mongaguá (SP), já em avançado estado de decomposição, com uma corda presa na boca por um fio grosso que se estendia até seu trato gastrointestinal.
Pesquisas do Instituto Biopesca evidenciam a presença de lixo nos animais marinhos. Um deles comprova que cerca de 80% das tartarugas verdes examinadas pela entidade ingeriram algum tipo de resíduo sólido. Já outro estudo, feito com toninhas, intitulado “Ingestão de resíduos sólidos por toninhas (Pontoporia blainvillei) do litoral centro-sul de São Paulo”, também indicou o achado de embalagens plásticas nos esôfagos ou estômagos dessa espécie de golfinho. Essa é mais uma ameaça a esse animal, que pode estar extinto da natureza em até 35 anos caso nada seja feito em favor de sua conservação.
|
|
|
Foto: Divulgação/Biopesca
|
|
Novas ações de Educação Ambiental
|
|
O Instituto Biopesca está aprimorando suas estratégias de educação ambiental ao realizar novas atividades para ampliar sua capilaridade e efetividade na conservação da biodiversidade. A instituição já tem ações programadas para esta nova etapa do trabalho, com destaque para a promoção do I Workshop Biopesca de Educação Ambiental, que realizará em parceria com o Instituto de Biociências/Campus do Litoral Paulista (IB/CLP) da Unesp. O evento terá a participação de especialistas que são referência em Educação Ambiental e será promovido em maio.
Já em março, os consultores pedagógicos Karine Soares de Oliveira e Caio Matheus Manzi Teixeira (foto) ministraram um microcurso, divido em partes teórica e prática, para a equipe do Instituto Biopesca com o tema “Educação Ambiental: novas adjetivações”. O objetivo foi apresentar a aplicação prática dessa abordagem teórica que se difere da promoção de meras ações de informação ambiental e alcança a compreensão da educação ambiental como recurso formador e de mudança de atitudes.
|
|
Equipes do PMP-BS fazem capacitação no Biopesca
|
|
O Instituto Biopesca sediou a “Capacitação em reabilitação, marcação, soltura e eutanásia de animais marinhos”, que ocorreu entre os dias 2 e 6 de março com a apresentação de diferentes especialistas. O objetivo do evento foi reciclar conhecimentos técnicos necessários ao trabalho de execução do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
A capacitação começou com o tema “Premissas éticas e legais da reabilitação, marcação e soltura de animais marinhos”, apresentado pela médica veterinária Claudia Carvalho do Nascimento, da Mineral Engenharia e Meio Ambiente, empresa responsável pela execução do PMP-BS no estado de São Paulo. À tarde, a médica veterinária Cristiane Valle, do Instituto Biopesca, falou sobre procedimentos de “Colheita de amostras biológicas para análises laboratoriais”.
|
|
Na terça-feira, a médica veterinária Renata Hurtado, coordenadora de Medicina e Reabilitação do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM), abordou a reabilitação de aves marinhas. Na quarta, foi a vez da médica veterinária Cristiane Kolesnikovas, presidente da Associação R3 Animal, que abordou aspectos relacionados a mamíferos marinhos, espécies de sua área de trabalho.
A última palestra da capacitação foi ministrada pela médica veterinária Daphne Wrober Goldber, coordenadora de Atendimento Veterinário da Econservation, empresa responsável técnica pela execução do PMP-BS no Rio de Janeiro, que abordou a reabilitação de tartarugas marinhas, entre outros aspectos.
A capacitação terminou com oficina sobre o Sistema de Informação de Monitoramento da Biota Aquática (SIMBA), utilizado pelo PMP-BS. Esse sistema disponibiliza acesso público aos dados do Projeto no site www.segurogis.petrobras.com.br/simba/web
O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras PMP-BS, uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.
Para acionar o serviço de resgate de golfinhos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou (13) 99601-2570 (WhatsApp e chamada a cobrar).
Para mais informações, acesse comunicabaciadesantos.com.br.
|
|
O Instituto Biopesca é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1998 no município de Praia Grande, litoral de São Paulo. A entidade tem como missão promover a conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção, a partir de pesquisas, apoio a atividades acadêmicas e ações de educação ambiental.
|
|
|
Expediente:
A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Textos e Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883
|
|
|
|
|