Newsletter Instituto Biopesca - Edição 03 - Outubro / 2019

EDITORIAL: A terceira edição do boletim eletrônico “Em dia com o Biopesca” destaca a iniciativa de pesquisadores em instituírem o “Dia da Toninha”, pequeno e tímido golfinho que corre o risco de desaparecer da natureza caso nada seja feito para sua proteção. Ao fazerem essa proposta, eles querem chamar a atenção para a ameaça de extinção de espécie e tornar a toninha mais conhecida. Maior divulgação sobre ela, aliás, é um dos objetivos do Instituto Biopesca nos eventos que participa ou realiza e, em outubro, a agenda da entidade está repleta deles.
Boa leitura.

Pintura acrílica de Jorge Herrmann em parceria com o Gemars

Pesquisadores sugerem dia especial para a toninha

A toninha, o golfinho mais ameaçado de extinção do Brasil, ganhou reconhecimento em 1º de outubro, data proposta por pesquisadores como “Dia Nacional da Toninha”. Pequena e tímida, essa espécie poderá desaparecer da natureza em até 35 anos caso não seja feito nada em seu favor. A instituição da data foi uma iniciativa do Gemars, um grupo de pesquisas do Rio Grande do Sul, e é uma forma de tornar esse golfinho mais conhecido e também chamar a atenção para o seu risco de extinção. Uma das outras iniciativas do Gemars é uma obra em pintura acrílica em tela de autoria do artista plástico Jorge Herrmann e produzida em parceria com a instituição (ilustração).
Devido ao seu hábito costeiro a toninha está fortemente ameaçada por diversas atividades humanas, como a degradação dos ambientes costeiros, a presença de lixo nos oceanos e a interação com a atividade pesqueira. Ao ficarem presas, morrem sem ar, já que não conseguem vir à superfície para respirar. 
"Uma forma de ajudarmos é refletirmos sobre o nosso consumo”, comenta a bióloga Carolina Bertozzi, professora da Unesp e fundadora do Instituto Biopesca, instituição que se dedica ao estudo da espécie há 20 anos. “Podemos colaborar reduzindo o consumo de plásticos que usamos uma vez só, por exemplo, e também nos informarmos sobre a origem do peixe que compramos para saber se ele foi capturado por pescadores que adotam medidas que evitam a captura das toninhas e de outros animais que não são alvo da pescaria".

Foto: Divulgação/Instituto Biopesca

Eventos para diferentes públicos neste mês

A programação da agenda do Biopesca em outubro está com uma série de eventos programados, com a proposta de aproximar o Instituto de diversos públicos ao divulgar suas atividades e a importância de proteção do meio ambiente marinho em cidades do litoral.  O mês começa com a participação de membros da equipe fazendo palestras e participando de mesa redonda no I Simpósio de Biodiversidade de Ambientes Costeiros, um evento organizado em São Vicente por alunos do Programa de Pós-Graduação de Biodiversidade de Ambientes Costeiros do campus do Litoral Paulista (Unesp/CLP). Ainda no início do mês, a entidade participa, com exposição de material biológico e banners informativos, da III Feira de Bio.Inclusão, organizada pela Unesp e pela Universidade Santa Cecília em Santos (foto).
No dia 10, alunos da Escola Paris, de Praia Grande, visitam a sede do Biopesca, cujas instalações são modelo de sustentabilidade do município de Praia Grande. Já nos dias 18 e 19, o Biopesca apresenta sua exposição de material biológico e banners informativos aos moradores e frequentadores do bairro Canto do Forte, onde sua sede está situada. A programação é encerrada no dia 31, quando a entidade participa da Conferência Municipal de Meio Ambiente de Peruíbe.

Apoio a atividades acadêmicas

O Instituto Biopesca esteve presente na 22ª Semana Temática da Biologia USP, em São Paulo (SP), ministrando um minicurso sobre ‘Biologia, conservação e técnicas de estudo de cetáceos’. A bióloga Carolina Bertozzi, fundadora do Biopesca e professora da Unesp, e o veterinário Rodrigo Valle, coordenador geral da entidade, ministraram a aula na segunda-feira. No dia seguinte, a veterinária Vanessa Ribeiro e o biólogo Victor Luiz se revezaram falando sobre técnicas de estudo em cetáceos. O evento é organizado pelo Centro Acadêmico do Instituto de Biociências da USP e tem o objetivo de oferecer complementação na formação de estudantes de Biologia e áreas relacionadas. O apoio às atividades acadêmicas é uma das frentes de trabalho do Instituto Biopesca, ao lado de ações de educação ambiental e do estudo e conservação das espécies marinhas.

Foto: Alice P. Americano / Instituto Biopesca

Ave volta à natureza depois de reabilitada pelo Biopesca

Um savacu ou socó-dorminhoco (Nycticorax nycticorax) reabilitado pelo Instituto Biopesca foi solto no rio Itinga, em Mongaguá (SP), no dia 1º de outubro. Ele foi resgatado pela instituição no dia 19 de setembro, próximo ao Parque Ecológico A Tribuna. Durante a reabilitação, o animal recebeu todos os cuidados necessários da equipe de veterinários e biólogos do Instituto para que pudesse voltar à natureza.
A espécie também recebe o nome de socó-dorminhoco por passar boa parte do dia dormindo, devido aos hábitos noturnos. Por conta dessa característica, a soltura foi realizada no final de tarde, em local próximo onde ele foi resgatado, após 12 dias de tratamento veterinário. Antes de ser solto, o savacu recebeu um anel de identificação em uma das patinhas, técnica chamada de anilhamento e importante para a conservação das espécies animais. Esse procedimento foi realizado em parceria com a Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais. Ao encontrar animais silvestres ou marinhos debilitados, a população pode acionar o Instituto Biopesca pelo celular 13 99601-2570.

O Instituto Biopesca é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1998 no município de Praia Grande, litoral de São Paulo. A entidade tem como missão promover a conservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção, a partir de pesquisas, apoio a atividades acadêmicas e ações de educação ambiental.


Expediente:

A newsletter é produzida pelo setor de Comunicação do Instituto Biopesca.
Edição: Maria Carolina Ramos – MtB 23.883 - Textos: Kaio Nunes

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